O único casal gay da cidade
Na fila para pagar a conta, um rapaz qualquer esbarrou violentamente na Violeta. Saiu como se nada tivesse acontecido, sem nenhum pedido de desculpas. Será que ele teria agido da mesma forma se tivesse trombado em um homem com sua namorada?
Presto atenção nessas coisas. Já namorei um homem, me passava facilmente por hétero. Talvez por isso eu perceba quando é diferente. Por que as pessoas esbarram mais na Violeta do que em mim? Por que, quando um vendedor de rua percebe que são duas mulheres dentro do carro, ele altera o tom de voz para um mais "meloso"? Por que nós precisamos receber olhares de fetiche? Por que ninguém nos leva a sério como um casal?
As pessoas não sabem lidar com casais do mesmo sexo. O que é bastante compreensível, considerando que elas não precisam lidar com eles. Me pergunto por quanto tempo nós seremos o único casal gay de todos os lugares em que vamos. Mas tenho medo de saber a resposta...
Marcadores: escrito por Orquídea, vida pública
8 Comentários:
Volto a comentar algo que escrevi n'O Brejo esses dias... Me deixa indignada os casais homos acharem que passam despercebidos nos lugares, assim como os próprios homos. As pessoas percebem tudo, assim como nós percebemos quem é e quem não é homo. Não ganharemos respeito até exigirmos ele.
Te gosto muito!
=*
Orquídea (cara flor),
Sobre a camuflagem dos casais homo, é fato. Eu sou exemplo (infelizmente a carapuça serviu) de pessoa enrustida, dissimulada e que nutre extremo apego ao armário (mesmo que eu saiba que existe vida depois dele). As justificativas são muitas, mas no meu caso, acentua-se a minha necessidade de descrição. Isto porque, acredito, que a exposição exagerada de uma relação pode comprometer seu bom funcionamento(não é regra). Além disso, some-se o gosto adocicado do segredo e obterá um romance intenso e por vezes duradouro.
Por outro lado (e é neste que eu me senti tocada pelo seu texto), é a necessidade de dar as mãos, saborear um passeio ao ar livre com a "companheira"(rs... oh palavrinha incompleta... prefiro mulher, e você?). Acho que é nessa luta individual que você e sua mulher merecem os aplausos e que isso sirva de incentivo pra covardes (é essa a palavra) como eu que se restringem ao armário e perdem batalhas na luta contra o preconceito.
Abraços
Adoro segredos e mistérios em relacionamentos, mas desde que eles sejam impostos por mim e não por eu não poder sair com minha namorada porque as pessoas vão achar que é errado ou qualquer coisa do tipo. Outra coisa, um relacionamento não é mantido apenas pelas 2 pessoas que estão nele, vida social é necessária, além de muitas outras coisas que formam a estrutura dele.
Ninguém precisa de exposição exagerada, apenas a normal de qualquer relacionamento.
Beijos! =)
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Violeta,
Não quis extremar a situação... apenas exteriorizei os extremos pra mostrar que eu deveria rever meus próprios conceitos.
Tudo o que você disse, eu assinaria embaixo... relacionamentos são engrenagens que dependem de n fatores. Seria muito simplório querer ser delimita-los a "branco" ou "preto".
Abraços.
A situação é realmente delicada... eu e a Lindinha já vamos a locais de mãos dadas e trocamos carinhos sem nos preocuparmos muito se estão prestando atenção em nós ou coisa assim. Mas fazemos isso porque aqui onde moro nunca encontraremos alguém de nossas famílias. Cada um tem o seu motivo e infelizmente temos que respeitar, porque muitos não dão conta de sofrerem com os olhares e esbarrões. Parabéns a vocês que enfrentam isso!
Aqui no Rio a coisa é um pouquinho diferente. Não digo que um casal homo não seja perceptível, mesmo pq eu e a Susana percebemos outros casais homo no mesmo ambiente. Mas as pessoas não ficam tão curiosas, talvez pq - embora haja o preconceito - as pessoas sejam mais livres aqui no Rio.
Eu e a Susana não fazemos questão de passar por duas amiguinhas hetero, nós andamos como casal, agimos como casal, trocamos carinhos em público e dane-se o resto. Algumas pessoas olham, outras não. Em alguns momentos eu até estranho, olho pros lados e ninguém está "de butuca" espiando o casal lésbico.
E olha que a gente não costuma frequentar só locais GLS ou gay-friendly e nem sempre ficamos só nas mãos dadas, mtas vezes rola carinho no rosto, um carinho mais próximo, eu a chamo de "Amor" na frente de garçom ou recepcionista, etc.
As pessoas têm que acostumar com isso.
Cara Orquídea,
Desde que isso não seja motivo para inflar conspirações em sua mente um tanto...hã...hum..."questionativa" eu apoio de montão seu humilde protesto.
E digo, se esbarrassem na minha princesa, eu ia ficar muiiito puta! Tadinha...=( Só porque eu fico com mulher não deixo de ser mulher, né!rs
Beijocas
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