Madrugada
As luzes da cidade eram as únicas acesas, as casas, os prédios, tudo apagado, todos dormiam. Ela adorava dirigir de madrugada, sozinha, indo de sombra em sombra, cidade afora. As coisas parecem realmente calmas e em paz, pensava ela, passando pelas ruas vazias.
Tinha a sorte de morar numa cidade linda, Brasília era ainda mais bonita à noite. Dirigia sem um destino certo, apesar de saber onde gostaria de chegar. Organizava seus pensamentos, ou pelo menos os expunha para si mesma, tentando achar soluções. Essa era única hora em que conseguia realmente entender suas crises, suas confusões.
Com dias cheios como os que estava tendo, não fazia questão de voltar cedo para casa, ficava na rua até tarde para poder voltar de madrugada, sozinha, naquele momento só seu. Andava precisando mais do que nunca de um tempo sozinha, para rever seus sentimentos, mais que seus pensamentos.
Não compreendia o que estava acontecendo. Havia algo preso, uma vontade louca de dizer qualquer coisa, ela não conseguia identificar. Chorava, sentia-se aliviada, apesar da dor de cabeça. Olhando pela janela, ouvia no rádio a música que um dia foi trilha sonora dos melhores momentos da sua vida.
Ela sabia que precisava compreender várias coisas, estava sobrecarregada e parte da culpa por isso era dela mesma. Sentia-se distante do mundo, e assim mais próxima das estrelas. Como o céu a encantava! Sabia que através dele poderia chegar onde seu coração mandava.
Marcadores: escrito por Violeta, vida privada
1 Comentários:
Oi.
Adoro ler esse blog.
Cruela
www.calcinhasnobox.blogspot.com
Postar um comentário
<< Home