Coisas que a gente ouve

Uma grande amiga minha, ontem, me pedindo conselhos sobre ações não muito corretas, mandou esta:

"Antes de me julgar, lembra que você come mulher! E faz orgias. E gosta!"

Surreal?!

Ela precisava escrever!
Sentia-se sufocada, aquela angustia fazia seu estômago revirar. Não sabia bem o que procurava, talvez coisas diferentes em pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo sabia que era apenas uma coisa.

Eram pessoas interessantes, se sentia fraca, às vezes, perto delas. Uma fazia seus joelhos perderem a força, outra o coração disparar, mas qual faria o quê? E aquela noite? Ela foi parar em uma realidade paralela quando os corpos se encostaram... Ela estava confusa, mas a verdade é que nunca soube como lidar com isso. (E talvez fosse a causa de deixar situações mal-resolvidas).

Sempre se escondeu, mania de fugir de si mesma e conseqüentemente dos outros. Não se achava lá essas coisas, talvez fosse culpa do signo, essa auto-estima. Talvez não. Sempre se mantinha no controle também, assim sabia exatamente o quanto se entregava, mas e agora? Não cabia em si, nada daquilo fora idéia dela, mas havia concordado (e quem sabe se interessado até). Com isso, confrontava agora seus próprios leões, frente a frente, era capaz de olhá-los nos olhos.

Há algum tempo não sentia aquilo, mas é do tipo de coisa que nunca se esquece. Medo. De perder o que mais amava, ou o que não tinha? Um pouco dos dois talvez, ela pensava. Mas era uma idéia assustadora.

Porém, ela estava encantada.