talvez minha vida seja assim

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30.10.06

Visibilidade

Passeando por sites GLBT, encontro um texto sobre a visibilidade lésbica. Aí vão trechos:

"Para fazer caminhada lésbica a fim de reivindicar direitos, junto aos poderes públicos, em diferentes áreas, obviamente tenho que fazer uso da visibilidade. (...) Para evidenciar as lésbicas nas paradas que são ainda majoritariamente masculinas, a gente bota um carro só de mulheres na avenida. Então, a visibilidade é sempre um meio para atingir um fim. (...) Mas não é um fim em si mesmo. Fora do contexto das reivindicações, para que ostentar a nossa orientação sexual?"

"Em nenhum momento, fora de meu contexto de militância, tive qualquer preocupação de ser “visível”. Se andava com a namorada de mãos dadas há 26 anos, é porque éramos namoradas e não porque estivéssemos preocupadas com visibilidade."

Sou só eu que acho ou essa argumentação não faz sentido? Primeiro ela fala que a visibilidade é importante na militância mas que a orientação sexual de cada um não deve ser "ostentada" no dia-a-dia. Depois ela fala que andava de mãos dadas com a namorada não para "ostentar" ou para ser "visível", mas porque eram namoradas. Ué? Mas não é exatamente isso que o movimento propõe?

Ao meu ver, a importância da visibilidade é você poder andar de mãos dadas na rua com sua namorada como algo natural. A idéia não é namorar em público para aparecer, mas namorar em público como qualquer casal "normal" heterossexual faria.

Tenho visto muito isso dentro do próprio universo gay. A pessoa se assume, "vira" gay 24hrs por dia e todos criticam, argumentando que o outro faz isso "para aparecer" ou que "ninguém precisa saber que ele é gay". O que eu não vejo é as pessoas se perguntarem "por que não?". Por que não ser gay no dia-a-dia se os héteros podem ser héteros no dia-a-dia? Por que não dar pinta? O que há de errado nisso?

Aí a questão deixa de ser entre a "ostentação da orientação sexual" ou a "importância da visibilidade" e passa a ser uma questão de respeito e igualdade. Se a maioria do mundo anda de mãos dadas e namora em público, por que eu não posso agir assim também?

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23.10.06

MSG

13:43, e a Violeta deveria ter saído do trabalho às 13.

Mandei uma MSG de celular:

"Baby, vens almoçar em casa hoje?"

Estou esperando a resposta. Acho que nunca me senti tão Amélia na minha vida...

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19.10.06

Frustração

To meio pra baixo ultimamente. Larguei a universidade. Já decidi que curso fazer, mas ainda estou insegura. Estou no 4º ano de UnB, será que agüento mais 3 ou 4?

Fico perdida sem saber o que quero da minha vida, e os conflitos são maiores do que o comum "prazer x dinheiro". Não sei mais se existe a suposta vocação profissional, mas sei que nem tenho mais vontade de cantar.

Enquanto isso, a namorada é uma garota séria que trabalha. E trabalha de manhã, acordando às 5 todo dia. Ou seja, quando eu vou dormir ela acorda, ou coisa do gênero. Me sinto idiota e sozinha nas madrugadas, quando ela está dormindo ao meu lado e eu só consigo pensar em mim mesma e nas minhas crises. Há dias que quero chorar pra ver se isso vai embora, mas me sinto fechada, trancada. Lágrimas, só no final de Forrest Gump (que até passou anteontem de madrugada).

Minha maior vontade no momento era ir pra Holanda, ser muito mal paga pra ser babá por lá e conhecer coisas novas, pessoas novas, vida nova. Descobrir como é ser tratada como estrangeira, mulher, lésbica, brasileira e empregada em outro país (sim, isso me motiva!) Conhecer a Europa, nem que seja um pedacinho dela.

Às vezes essa idéia me parece apenas uma fuga. Mas logo em seguida eu penso que estou na universidade, na transição de um curso para outro, e que não há melhor momento para ir a um intercâmbio desses. Ficando aqui, só há o dia-a-dia - tudo muito chato, monótono, cheio de amarras e programas iguais. E me sentindo surpreendentemente no armário...

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8.10.06

Eleições 2006 - Pensando na Câmara dos Deputados

1. Há mais mulheres do que homens na população brasileira.
Segundo o censo do IBGE de 2000, há 49,22% de homens no país contra 50,78% de mulheres.

2. As mulheres são maioria entre os eleitores.
Segundo dados do TSE, dos 125.913.479 eleitores/as, 51,53% são mulheres.

3. Há uma cota para mulheres nas eleições proporcionais.
Desde 1998, há uma cota para mulheres. Isso significa que cada partido precisa ter pelo menos 30% de candidatas mulheres aos cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual/Distrital e Vereador.

4. A cota não é preenchida.
Nas eleições de 2006, foram registradas 652 candidaturas de mulheres à Câmara dos Deputados, o que representa apenas 12,66% do total.

5. A representação das mulheres no poder é mínima.
Foram eleitas para a Câmara dos Deputados nessa última eleição apenas 45 mulheres. Homens, foram 468. Ou seja, há apenas 8,77% de mulheres na Câmara. Olhando pelo outro lado, há 91,23% de homens deputados federais.



Reflexão: se os Deputados são eleitos como representantes diretos do povo, e mais da metade da população brasileira - e da população eleitoral brasileira - é composta de mulheres, por que a participação de mulheres no poder é tão pequena?

(Dados retirados do site do IBGE, CFEMEA e Correio Braziliense)

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4.10.06

Um desabafo.

Tenho um problema com palas, elas sempre foram presentes na minha vida, sempre fui insegura e nunca ninguém fez questão de me dar qualquer estabilidade em relacionamentos. Mas o que fazer quando essa realidade muda?

Me senti boba conversando com Orquídea pelo telefone ontem de madrugada. Dando pala, pensando um milhão de coisas, morrendo de medo do futuro, sendo que algumas coisas fazem de outras obvias. O coração disparar quando o telefone toca ou ela ser sempre o assunto das conversas, por exemplo.

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2.10.06

Reencontrando a família

Estou passando a semana na minha cidade natal, reencontrando a parte da família com quem eu não convivo há alguns anos. Ontem, decidi sair do armário para uma das minhas irmãs (a mais confiável).

Eu: Então, deixa eu te contar as novidades. To namorando, e devo sair de casa.
Irmã: Ah é? E quem é este?
Eu: Poisé. Não é "este".
Irmã: (tom de deboche) É "esta".
Eu: Justamente.
Irmã: (cara de incrédula) Aham! Mentirosa!
Eu: É sério!
Irmã: Não acredito. Até parece! Tás fazendo graça com a minha cara.
Eu: Não to não! To falando sério! É que eu sei que as fofocas correm rápido na família, então preferi contar logo.
Irmã: Pois as fofocas não chegaram até mim. (silêncio) Pára de brincadeira! Diz a verdade agora.
Eu: Ai, que coisa! Queres que eu chame minha mãe pra confirmar?
Irmã: Quero. Chama lá.

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1.10.06

Acordando...

Como domingo foi instituído o dia do sexo oral, declaro agora que sábado de madrugada é hora de acordar sua namorada penetrando-a!

PS: a sensação mais legal é que o corpo responde enquanto você ainda não tem consciência do que está acontecendo, então quando você realmente acorda, já está em um pico de excitação!


(Que noite foi essa, fala sério!)

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